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quarta-feira, 30 de março de 2016

DECLARAÇÃO DA FCT PARA O DIA 31/03/2016

Mobilizar os trabalhadores
para derrotar o Golpe!
Declaração da FCT para as manifestações do dia 31/03/2016

Foi fabricada uma crise política no Brasil superior àquela que conduziu ao Golpe de 1964.

O Governo eleito do PT está sendo demolido, o impeachment é iminente e Lula está ameaçado de prisão.

O processo brasileiro se assemelha aos que derrubaram recentemente os Presidentes do Paraguai e de Honduras. Mas aqui a luta de classes possui dimensões bem maiores e mais complexas. Não será fácil a realização do golpe e menos ainda a vida do governo golpista.
É o imperialismo quem trama nos bastidores da crise política e do impeachment, vendo aí a oportunidade histórica para tomar o nosso petróleo.

Os golpistas se aproveitaram do momento em que a recessão mundial chegou no  Brasil para converter crise econômica em crise política. Vêm conseguindo ajudados pela capitulação do governo Dilma, do PT e da CUT às pressões da direita.

A política de ganhar fôlego capitulando mais e mais ao inimigo, só fortaleceu ao inimigo e enfraqueceu a resistência.

Os estrategistas do PT substituíram o lema de que a melhor defesa é o ataque pelo de que a melhor defesa é o auto ataque. E isso só confundiu e confunde o campo antigolpista, como a sanção da lei antiterrorista por Dilma que tem por finalidade a criminalização da resistência popular ao golpe.

A conspiração de direita não se detém com nenhuma das reacionárias medidas tomadas por Dilma porque segue a estratégia do imperialismo de contra-atacar a expansão os BRICS e realinhar internacionalmente o país com os EUA.

O mais importante não é se Lula e Dilma são corruptos ou não. Todo governo burguês é. A esquerda não pode colocar a questão da corrupção como seu principal eixo político. Quem faz isso, acaba se confundindo com as bandeiras da direita, reforçando-as, e a auxiliando na sua caminhada em direção ao poder.

O governo Dilma será substituído por um governo que atacará em profundidade os direitos dos trabalhadores, e tentará liquidar a CLT, muito mais do que fez Dilma, com o seu ajuste fiscal e a ameaça de uma nova reforma da Previdência.

Dilma e a direita não são iguais, nem com a ameaça feita pelo governo dela de uma Reforma da Previdência. Hoje, em março de 2016, Dilma já não tem mais força alguma para aplicar a tal Reforma, tamanho é o esvaziamento político do seu governo. Aqueles que ainda insistem em dar a Dilma um papel de protagonista no encaminhamento das reformas, na verdade estão recorrendo a um artifício para justificar seu alinhamento com o “Fora Dilma” e “Eleições Gerais”, como o PSTU e o MES.

O POVO SE MOBLIZARÁ CONTRA O GOLPE PARA DEFENDER A SI MESMO E NÃO POR UM LULA QUE O TRAIU, POR UM GOVERNO QUE O ATACA, NEM PELA DEMOCRACIA DOS RICOS

O PT, aburguesado, não consegue sequer se defender, aposta mais na compra dos inimigos com cargos e na justiça burguesa que no povo que o elegeu.

Romper com esse curso que conduz a derrota e ao isolamento exige a anulação de todas as medidas neoliberais, entreguistas e de criminalização das lutas (MPs 664 e 665, privatização do pré-sal e da Petrobrás, terceirização, apoio as UPPs, congelamento dos salários do funcionalismo). Em seguida, é preciso realizar as reformas agrária e urbana, anistiar aos devedores do Minha Casa Minha Vida, aumentar os salários e o Bolsa Família, expropriar a Rede Globo; extinguir o imposto sobre os salários (“de renda”) e criar um imposto progressivo sobre os milionários.

Se tais medidas fossem tomadas e o povo fosse armado contra os que querem assaltar seus direitos, o golpe poderia ser facilmente debelado. As manifestações contra a direita aumentariam de tamanho e varreriam a reação das ruas, acuando a oposição burguesa e podendo ir além na luta contra a burguesia.

Todavia, Dilma teme mais ao ascenso popular que ao golpe da direita, segue querendo repactuar com os seus algozes lançando dolorosas medidas contra seus próprios eleitores.

Assim, a população trabalhadora - a única alternativa do governo contra o golpismo - é empurrada por Dilma e o PT para a reação, porque o seu legítimo sentimento presente de indignação contra as medidas que o governo federal toma contra ela acaba pesando mais do que o temor de um golpe futuro da direita.

Por isso, sem renunciar a defesa de nossas conquistas históricas contra as medidas neoliberais de Dilma nem muito menos a luta pela revolução socialista, compreendemos que a tarefa central agora é a união de todos contra o Golpe.

Precisamos impulsionar comitês de ação e autodefesa em todos os locais de trabalho e estudo contra os ataques fascistas à população trabalhadora, sedes partidárias, sindicais, institutos, associações e todo e qualquer ativista ou militante ameaçado pela direita.

Sem desprezar o terreno da luta parlamentar e judicial, acreditamos que a luta só pode ser vencida também nesse campo desfavorável quando for vencida nas ruas, varrendo a direita e suas manifestações reacionárias e com métodos de luta de classes, com greves e ocupações contra os patrões que patrocinam o golpe em todo país.

Por isso, é preciso também ingressar em um estado de mobilização permanente com protestos ousados na Fiesp, Rede Globo, Ambev, Fenaban,... todos os empresários patrocinadores do Golpe. É preciso uma ampla mobilização das massas nas ruas, sindicatos, bairros proletários para derrotar o golpe.