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terça-feira, 5 de agosto de 2014

PALESTINA - CLQI

Palestina Vencerá! Abaixo Israel!
Por uma Palestina Operária Multiétnica!
Declaração do Comitê de Ligação pela IV Internacional - Agosto de 2014 (extratos contidos no panfleto distribuído na IIIa. Manifestação pela Palestina em São Paulo, cujas fotos ilustram esta postagem)

English version - Socialist Fight

Quando nós escrevemos estas linhas o número de mortos em Gaza superava 1.700 pessoas indefesas. Horríveis crimes de guerra são cometidos diariamente pela máquina assassina sionista. Israel submeteu 1.8 milhões de habitante em Gaza a um Estado de sítio acentuado depois da vitória do Hamas em 2006. Somente uma nação deu permissão implícita a Israel para realizar esta matança em massa: os EUA.

ISRAEL ASSASSINOU ARAFAT PARA SUBSTITUÍ-LO POR SEU AGENTE: ABBAS

Israel assassinou Arafat em 11 de novembro de 2004 envenenado com polônio radioativo, certamente com a ajuda de seus agentes e da Autoridade Palestina. A relutância de Abbas em investigar o assassinato e sua óbvia tentativa de encobrir os fatos foram denunciadas:


“Desde 2005, a Autoridade Palestina de Abbas tem colaborado com o Sionismo através da ‘coordenação de segurança´ que ligou dois poderes ilegítimos linha dura com os que apóiam a Resistência ao Sionismo. Apesar da negativa dpois de Abbas dele próprio e de seus porta-vozes, ele finalmente admitiu a sua colaboração em março deste ano. Israel e o regime de Mubarak têm tranferido armas a Abbas, e os Estados Unidos dão milhões de dólares em ajuda para solapar a Resistência Palestina, principalmente o Hamas, e fortalecer o Sionismo para o domínio total da Palestina ocupada.” (http://www.maskofzion.com/2010_12_01_archive.html)

AS DUAS INTIFADAS

Embora Arafat tenha sido notoriamente corrupto, todavia ele foi assassinado por que arbitrava politicamente um equilíbrio entre Israel e o povo palestino. Ele apoiou as intifadas até certo ponto. Ele protegia as famílias dos suicidas homens bomba e de forma muito limitada se opunha a Israel. Enquanto Abba era simplesmente um fantoche de Israel que nunca venceria outra eleição. Mas as duas Intifadas são a história real da resistência palestina. A primeira começou em 1987 e terminou com a assinatura dos Acordos de Oslo em agosto de 1993 e a criação da Autoridade Palestina. A segunda (também conhecida como Intifada de Al-Aqsa) começou em setembro de 2000 e terminou em 8/02/2005 com o acordo de Sharm el-Sheikh, quando o Presidente Mahmoud Abbas e o primeiro Ministro Ariel Sharom acordaram em parar todos os atos de violência contra israelenses e palestinos e reafirmaram o compromisso de paz.

O Hamas venceu completamente a eleição para o parlamento da Autoridade Palestina em janeiro de 2006: O resultado era uma vitória par ao Hamas, que conquistou 74 das 132 cadeiras, enquanto a Fatah conquistou apenas 45.

Israel, apoiado no “Quarteto do Oriente Médio” (Nações Unidas, Estados Unidos, União Europeia e Rússia) recusa-se a aceitar o resultado das eleições livres para o parlamento palestino. Eles impuseram sanções para que o Governo palestino capitulasse as suas exigências: Renúncia à violência, Reconhecimento de Israel, e aceitação dos acordos prévios entre Israel e a Autoridade Nacional Palestina.

O GÁS DE GAZA E O APOIO DE
ISRAEL A ABBAS CONTRA O HAMAS

Panfleto do CLQI distribuído na manifestação
De qualquer modo as sanções internacionais contra a Autoridade Palestina terminaram em junho de 2007, mas depois que o Hamas tomou Gaza e expulsou seu rival Fatah, um novo e mais severo bloqueio ao Governo do Hamas iniciou-se na Faixa de Gaza. O Hamas a verdadeira direção legitimamente eleita pela maioria palestina ficou confinado em Gaza, enquanto o Fatah de Mahmoud Abbas/OLP, é a autoridade reconhecida como governo da Cisjordânia por Israel e pela “Comunidade Internacional”, embora tenham perdido as eleições.

Apesar do Hamas não ser menos reacionário que a “Autoridade Palestina” nas questões sociais é ele quem luta contra Israel agora. Distorcidamente ele expressa a ira dos oprimidos e por isso merece apoio incondicional no combate ao Estado sionista. Israel quer esmagar a resistência dos palestinos para eliminar o Hamas e impor Abbas e a Autoridade Palestina em Gaza. A estratégia é tomar das mãos do Hamas o controle dos direitos de exploração do gás natural da Bacia do Levante e ter uma marionete corrupta controlando Gaza. Isto é precisamente o que está acontecendo na Ucrânia para tomar o controle do gás de xisto no Donbas em favor da Shell e da empresa do filho de Joe Biden, a Burisma Holdings. Esta política é o que provavelmente está por traz do Golpe de Estado de Sisi contra a Irmandade Muçulmana e o governo Morsi. Morsi e a Irmandade, ligados ao Hamas, teria sido obrigado a abrir as passagens do Egito para Gaza.

A 3A INTIFADA VENCERÁ,
APOIADA NOS PALESTINOS DA CISJORDÂNIA,
ANTISIONISTAS DE ISRAEL E NA SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL

Orador da LC na manifestação
O Hamas não matou os três adolescentes israelenses que foram sequestrados na Cisjordânia. Netanyahu sabia disso desde o início mas usou esta desculpa para atacar Gaza. Até a própria polícia israelense reconheceu que a justificativa para o início do massacre atual era uma farsa.

A Terceira Intifada unirá os palestinos da Cisjordânia e Gaza com a oposição dentro de Israel frustrará o plano, com o qual Abbas, não eleito (desde 2009!) é, sem dúvida, cúmplice: Exterminar 1,8 milhões de palestinos ou expulsá-los em outra diáspora, plano que ainda não é politicamente possível. Isso exigiria um triunfo global fascista – que definitivamente ainda não aconteceu. Mesmo na Ucrânia ocidental, há uma grande revolta contra o governo de Kiev eu desferiu o Golpe de Estado de Maidan.

Manifestações de massa internacionalmente em quase todas as grandes cidades do mundo pela Palestina se chocam nitidamente com os meios de comunicação, os governos e a ONU. Apenas um país, os EUA, dão um cheque em branco para Israel, exercendo seu poder de veto para impedir qualquer condenação grave ou qualquer esperança de uma intervenção internacional para parar a matança.

Em protesto contra o assassinato em massa de Gaza os governos de países como El Salvador, Brasil, Chile, Equador e Peru retiraram seus embaixadores de Tel Aviv. Isso revela que: por um lado, a solidariedade internacional popular contra a tragédia palestina é um elemento que pressiona fortemente os governos semicoloniais. Os governos coloniais sentem-se fortalecidos pela ascensão do bloco Eurásico e os BRICS, e, contra Israel, testam até onde podem avançar no estabelecimento de autonomia política relativa em relação ao imperialismo. Além disso, a medida tímida diplomática, embora progressista, sem maiores consequências nas relações econômicas e militares entre Israel e esses governos semicoloniais. Os revolucionários devem exigir ruptura completa das relações destes governos com Israel para isolar Israel e, simultaneamente, expor a demagogia diplomática dos governos semicoloniais.

OS DIREITOS NACIONAIS EM UM ESTADO OPERÁRIO MULTIÉTNICO

O Estado sionista é um posto avançado do imperialismo; os EUA subsidiam a suas despesas militares na ordem de mais de US $ 3 bilhões por ano. Esta despesa é para manter uma cabeça de ponte, para proteger militarmente o acesso do imperialismo aos campos de petróleo no Golfo e no Mar Cáspio e esmagar todos os processos revolucionários que possam ameaçar os interesses dos EUA na região. Apenas a Terceira Intifada, unindo a Cisjordânia e Gaza vai frustrar o plano de Israel.

Nós reconhecemos que os judeus israelenses constituem uma nacionalidade como outras nacionalidades na região, os judeus, os cristãos, drusos, etc., mas nós não defendemos direito do Estado judeu à autodeterminação, porque isso seria a endossar o projeto sionista racista de exclusão dos não-judeus do Estado. A deformação imperialista do direito de autodeterminação da nacionalidade judia na Palestina produziu o sionismo que pressupõe a negação dos direitos nacionais dos palestinos e demais povos na região. Por isso, somos totalmente contrário a uma solução do estabelecimento de dois estados. Somos a favor da destruição do Estado teocrático, colonialista, sionista de Israel e a favor de um Estado operário multiétnico da Palestina onde os judeus, palestinos e todas as minorias têm direitos iguais como cidadãos, para que as várias gerações de refugiados palestinos possam exercer o direito de voltar e para que todos os imigrantes têm direitos iguais.

REVOLUÇÃO PERMANENTE

As Teses sobre a Revolução Permanente foi estabelecida por Trotsky em 1929:

“No que diz respeito a países com desenvolvimento burguês retardatário, especialmente os países coloniais e semicoloniais, a teoria da revolução permanente significa que a solução verdadeira e completa de suas tarefas democráticas e de libertação nacional só é concebível por meio da ditadura do proletariado como o líder da nação oprimida e, acima de tudo, de suas massas camponesas... Isto por sua vez significa que a vitória da revolução democrática só é concebível por meio da ditadura do proletariado, que se baseia sobre a aliança com o campesinato e resolve em primeiro lugar o tarefas da revolução democrática.”

O II Congresso Mundial da IV Internacional, reunido em abril de 1948, resumiu a posição geral do nosso movimento nos seguintes termos:

No que se refere particularmente Palestina, a IV Internacional rejeita a solução “sionista”, utópica e reacionária para a questão judaica. Ela declara seu total repúdio ao sionismo é a condição sine quo para uma fusão das lutas dos trabalhadores judeus com as lutas sociais e nacionais emancipatórias dos trabalhadores árabes. Ela declara que é profundamente reacionário a exigir uma emigração judaica para a Palestina. Sustenta que a questão da imigração e as relações entre judeus e árabes não pode ser adequadamente decididas sem a expulsão do imperialismo e por uma Assembleia Constituinte livremente eleita com plenos direitos para os judeus como uma minoria nacional.

BOICOTES E SANÇÕES
DOS TRABALHADORES

A Histadrut israelense não é uma federação sindical legítima. A Histadrut contém muitos empregadores em suas fileiras e em si é dona de uma parte substancial da indústria israelense e é um dos principais suportes do Estado sionista; ela sempre defende os bombardeios de Gaza por Israel. A Federação Geral Palestina de Sindicatos (PGFTU) é um braços da Fatah e não tem realizado eleições desde 1981, seus acordos com Histadrut são simplesmente uma extensão da colaboração de Mohamed Abbas com o sionismo contra os direitos e muitas vezes contra a vida dos sindicalistas militantes e combatentes pela libertação. Mas ainda assim é uma verdadeira federação sindical. Nós fazemos campanha pela expulsão do Histadrut das federações nacionais e internacionais sindicais. No entanto, a Histadrut organiza proporções substanciais da classe trabalhadora em Israel e os revolucionários devem trabalhar dentro dela lutando para dividi-la por classes sociais, se não houver alternativa disponível.

Os sindicatos que apoiam o movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) são a minoria dos trabalhadores palestinos que realizaram uma Conferência que:

“condenou a Histadrut e exortou os sindicatos internacionais a cortar todos os laços com ela devido à sua cumplicidade histórica e atual das violações do direito internacional e os direitos dos palestinos de Israel. A Histadrut sempre desempenhou um papel fundamental na perpetuação ocupação, colonização e do sistema de discriminação racial... Convida trabalhadores portuários de todo o mundo a boicotar o carregamento/descarregamento de navios israelenses, semelhante à campanha heroica realizada pelos trabalhadores portuários de todo o mundo em suspender o comércio marítimo com a África do Sul, em protesto contra o regime do apartheid.”

Apoiamos todas as sanções e boicotes contra o sionismo dos trabalhadores, o campanha do BDS e também contra as empresas que lucram com a exploração dos palestinos como a Caterpillar Inc., Hewlett Packard e Motorola; Ahava de Israel, a Elbit Systems e Mehadrin; Da Suécia Volvo Group e Assa Abloy; Veolia Environment da França; G4S do Reino Unido, Dexia Group, da Bélgica, Riwal Holding Group Holanda e Cemex do México. No entanto, reconhecemos que as campanhas como o BDS são por si só impotentes. O mito de que as sanções ajudaram a acabar com o apartheid na África do Sul é usado para justificar a limitação destas campanhas com gestos simbólicos. A única vez que os capitalistas monopolistas do mundo começaram a desinvestir na África do Sul foi quando eles foram confrontados com uma rebelião em massa da classe trabalhadora lá. Por medo de poder perder tudo, eles mudaram a forma de controle, criando empresas de fachada locais para agir em seu nome. Assim, a única forma eficaz de forçar o imperialismo para aceitar as aspirações democráticas das massas palestinas é através de ação de massas da classe trabalhadora e das sanções dos trabalhadores.

Defendemos um Estado operário multi-étnicos, porque somos confiantes em conquistar os melhores elementos da classe operária israelense para a revolução e para a construção de um partido revolucionário que utilize o método do programa de transição para impulsionar a unidade dos trabalhadores árabes e israelenses, como já aconteceu muitas vezes no passado, apesar dos esforços da Histadrut.

O QUE DEFENDEMOS NESTA LUTA?

Enquanto defendemos um Estado operário multiétnico, reconhecemos o papel das reivindicações democráticas na luta revolucionária. As exigências de uma Assembleia Constituinte e a luta pelos direitos democráticos seculares são muito susceptíveis de desempenhar um papel de destaque na revolução, mas sabemos que estes devem ser subordinadas ao objetivo de derrubar o capitalismo em Israel, na Palestina e em todo Oriente Médio. A luta por uma Assembleia Constituinte Revolucionária pode reunir todos os elementos e nacionalidades na região para começar a batalha por conselhos operários e um governo soviético. Rejeitamos a noção de ultra-esquerdista de que um programa revolucionário não pode conter tais demandas democráticas, como parte de toda a sua estratégia. Tal posição rejeita as tentativas do partido revolucionário de se relacionar com o estado atual da consciência de classe da classe trabalhadora e da luta para trazê-la para o combate. Por isso, reivindicamos:

Destruição do Estado colonialista de Israel!
Assembleia Constituinte revolucionária!
Conselhos operários unidos por sobre as divisões étnicas e religiosas!
Estado operário multiétnico palestino em uma Federação Socialista do Oriente Médio!
Sanções operárias contra Israel!
Ruptura de todos os laços das organizações sindicais internacionais com a Histadrut!
Em defesa do Hamas contra o Estado sionista!
Pela vitória militar das organizações guerrilheiras anti-imperialistas, do Hamas, do Hezbollah na Palestina, Líbano e Síria!