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quarta-feira, 11 de junho de 2014

METALÚRGICOS DE CAMPINAS E REGIÃO

Vitória histórica na greve pela PLR, mas é preciso não baixar a guarda e ficar alerta contra demissões e outras represálias patronais

Os metalúrgicos da CAF, empresa multinacional que fabrica trens para o metrô de várias cidades do país, incluindo São Paulo, localizada na cidade de Hortolândia, no cinturão industrial de Campinas, realizaram uma greve vitoriosa. A 13ª greve nos quatro anos de existência desta planta da multinacional no Brasil. A greve arrancou dos patrões uma PLR de 8 mil reais, contra a proposta inicial da empresa de pagar 5.200 de PLR, o mesmo do ano passado. Mas os operários rechaçaram a PLR miserável e pararam a fabrica por 48h. A greve também assegurou o pagamento dos dias parados e estabilidade para todos por 60 dias.

A Liga Comunista, que impulsiona junto com companheiros independentes a corrente sindical Vanguarda Metalúrgica, discorda da política patronal de bônus e PLRs, gratificações extraordinárias que não são incorporadas aos salários, são engodos patronais para ludibriar a luta por aumento real de salários.

Mas a LC, não é insensível ao sobreendividamenteo proletário, não nos opomos a que os trabalhadores se aliviem recebendo a PLR, lutamos para que ela tenha o maior valor possível, lutamos para que isto ocorra sem metas de produção, etc e temos como objetivo convertê-la em um 14º salário com valor correspondente a maior PLR já reivindicada por cada categoria.

Mas, apesar da vitória histórica dos metalúrgicos da CAF e da garantia de estabilidade de 60 dias é preciso que o conjunto dos operários se mantenham em estado de alerta máximo, sem baixar a guarda, exigido do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e região (ASS) estado máximo de atenção porque a patronal ameaça com o facão das demissões nos próximos meses como represália, contra a qual devemos realizar uma nova greve.

VITÓRIA OPERÁRIA HISTÓRICA TAMBÉM NA GENERAL ELETRIC

Esta vitória contagiou metalúrgicos da GeViSa em Campinas, outra fábrica importante da região, uma joint-venture composta pela multinacional dos EUA General Eletric, da Equipamentos Villares e do Banco SAFRA. Estimulados pelo bom exemplo da CAF, os operários exigiram também oito mil reais da multinacional estadunidense.

Os patrões se recusaram e tentaram de todas as formas sabotar a luta metalúrgica, a empresa abriu os portões da fábrica e, invocou a PM para escoltar os fretados para forçar os trabalhadores a entrar na fábrica, telefonou para a casa dos trabalhadores, mandou mensagem por celular, carta fornecendo um 0800 para quem quisesse articular com a empresa como furar a greve. Nesta ofensiva patronal, quase são atropelados dois dirigentes sindicais (Lango Lango e Aroldo), com os quais nós da Vanguarda Metalúrgica, apesar das divergências políticas, nos solidarizamos incondiconalmente contra a truculência dos patrões e a repressão policial. Mesmo assim, de forma heroica os operários realizaram uma greve de 22 dias. Garantiram a PLR de R$ 8 mil, obtendo 45,45% a mais que 2013, um reajuste no vale Cesta básica de 24%, a alteração do convênio médico para ter direito a mais consultas, a redução da terceirização na Caldeiraria, a reforma do restaurante e o compromisso de mais fiscalização na qualidade da alimentação, além de 120 dias de estabilidade.