TRADUTOR

sexta-feira, 2 de maio de 2014

CONJUNTURA NACIONAL NA DISPUTA INTERBURGUESA MUNDIAL

Frente única anti-imperialista contra a
oposição de direita e seus satélites oportunistas!
Construir uma oposição operária e
revolucionária ao governo Dilma!


Humberto Rodrigues

A crise capitalista que teve como epicentro os EUA e Europa abriu uma nova situação mundial. Por um lado, a recessão nas metrópoles cedeu espaço para a projeção comercial da China e Rússia, duas economias capitalistas cujas tarefas nacionais burguesas foram resolvidas por revoluções sociais e implantação de ditaduras proletárias. Dispondo de gigantes recursos energéticos e humanos, as burguesias destes dois países avançam sobre o recuo econômico dos EUA e UE, atingidos pela recessão e aspiram converter-se em potências imperialistas. Por outro lado, o imperialismo reage a expansão comercial do bloco Eurásico, manipulando o descontentamento popular sem direção revolucionária contra os efeitos da crise capitalista para golpear governos semicoloniais e expandir seu parasitismo valendo-se da “primavera árabe” e de golpes de Estado como na Líbia, Paraguai, e Ucrânia, cujos governos estreitavam suas relações comerciais com China e Rússia.

O Brasil já é, desde 2011, o maior parceiro comercial da China, que desbancou os EUA como principal comprador e vendedor para o Brasil. Para a Inglaterra, nossa segunda metrópole colonizadora depois de Portugal, e para os EUA, nossa terceira, isto não pode continuar assim, é preciso reconquistar o Brasil, que mantém seus mais fortes vínculos financeiros com seus amos do norte, mas se “descarrilhou” comercialmente. Agora, que as economias imperialistas esboçam uma frágil recuperação, “o Brasil precisa fazer a sua parte”, senão os amos do norte trocam a fantoche de plantão por outro mais conveniente às suas necessidades.

No Brasil, a oposição burguesa PSDB, DEM, PSB, SDD, PSOL, apoiados por setores da base governista, explora a crise da Petrobrás, fustigada pela capitulação dos governos do PT ao próprio imperialismo, para tensionar Dilma com uma CPI no Congresso Nacional. Nas ruas, a oposição burguesa revela-se muito esquálida ainda, haja vista as manifestações pela volta da ditadura militar, mas todas os protestos contra o governo (Copa, corrupção, Petrobrás) desprovidos de um programa de uma clara estrategia antiimperialista e proletária são passíveis de manipulação pela mídia pró-imperialista, pela oposição burguesa para desgaste do governo  petista, como por seus satélites oportunistas, Rede, PSOL, PSTU, etc.

A população trabalhadora não goza do luxo de poder abrir mão da defesa instransigente de suas condições de vida, da luta contra os despejos da Copa, contra a repressão policial, pelas mínimas demandas imediatas. E os revolucionários não podem se furtar de disputar sua consciência contra a reação golpista, precisam recrutá-la não apenas no calor de cada batalha, mas sobretudo na organização política da luta nos locais de trabalho, estudo e moradia. Neste processo de frente única, os revolucionários devem demonstrar as massas que hoje votam no PT, sobretudo pela certeza de que com a volta da oposição burguesa tudo piorará, de que é possível impulsionar uma alternativa para além do PT e do lulismo a partir de suas próprias forças.

Assim, é preciso combinar a luta antiimperialista com a luta pela independencia de classe dos trabalhadores, é preciso construir uma alternativa operária e revolucionária diante da disputa interburguesa que se desenvolve em âmbito nacional e internacional, esta alternativa tem como núcleo o partido operário marxista e revolucionário, como parte da construção de um Partido Mundial da Revolução Socialista, tarefa que nós da Liga Comunista realizamos através do Comitê de Ligação pela reconstrução da IV Internacional, CLQI.