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sábado, 30 de março de 2013

III CONGRESSO DA TPR ARGENTINA - 2

Saudação do CLQI
ao III Congresso da TPR

Agradecemos imensamente ao convite da TPR para a Liga Comunista a fim de participarmos de vosso Congresso.

Historicamente, por todos os meios e, sobretudo, se valendo do apelo popular pelo futebol, as burguesias do Brasil e da Argentina, títeres do imperialismo, tratam de manter separados os irmãos operários de nossos países. No último período, o patronato do MERCOSUL, e mais ainda, as multinacionais automobilísticas imperialistas, tratam de explorar as desigualdades entre as fronteiras, chantageando sempre de forma selvagem ao proletariado de um lado e do outro, para arrancar taxas de mais valia maiores e o máximo de subsídio estatal. A unidade do proletariado de ambos os países, cujas premissas objetivas estão dadas, fazem nossos inimigos de classes temerem como a abertura das portas do inferno.


Estas condições objetivas carecem ainda de uma expressão política e organizativa. As condições objetivas para ações unitárias, inclusive reivindicativas, em ambos os países, já estão postas há algum tempo e outras condições marcham aceleradamente para estabelecer-se. A possibilidade de ações desta natureza por parte do proletariado de ambos os países será uma marca que jamais se apagará na consciência da vanguarda do proletariado internacional. Primeira conclusão: temos diante de nossos olhos as forças materiais sobre cujas bases podemos reconstruir definitivamente a IV Internacional.

De nossa parte, fazemos e faremos tudo que tiver ao nosso alcance para desintoxicar o proletariado do veneno patriota-nacionalista em relação aos nossos irmãos trabalhadores tanto da Argentina como de todo o planeta. Foi através de nossa corrente, o Comitê de Ligação pela IV Internacional, que pela primeira vez na historia, organizações trotskistas da Argentina e Grã Bretanha tiveram uma posição comum e consequente em defesa da FUA na guerra das Malvinas, pela vitória da nação oprimida contra o imperialismo inglês.

Em 2012, tivemos o primeiro contato com a TPR, por iniciativa do camarada Christian Armenteros, que buscava conhecer a elaboração que fizemos combinando a FUA como tática à revolução permanente como estratégia. Foi um passo progressivo da TPR. E por isto, tratamos de elaborar um longo documento em resposta a vossa organização e, simultaneamente, acertando as contas com o altamirismo, do qual também somos originários (no caso da LC e da TMB). Para nós, vossa abnegação também é muito positiva diante da resistência do fato de que em toda a existência do PO, tendo como única exceção quando a direção do partido foi obrigada a exilar-se no Brasil durante a ditadura militar argentina, efetivamente nunca houve uma construção sequer de uma extensão orgânica de PO em parte alguma. Por isto, reconhecemos e apoiamos como podemos a disposição de vossa corrente em realizar militância internacional.

Todavia, algumas de vossas concepções políticas nos levam a crer que apesar de terem saído (em verdade, expulsos burocraticamente) do PO, parte dos desvios empiristas do PO ainda não foi plenamente superado pelos camaradas. Isto se reflete na reivindicação da tática da FUA. Reivindicam a FUA acertadamente na América Latina contra as tentativas do golpismo pró-imperialista (Honduras, Paraguai, Venezuela) e certamente também reivindicariam, retrospectivamente, a aplicação da tática da FUA para Nicarágua, nos anos 1980, mas, contraditória e erroneamente, se opõem a aplicação da FUA nos conflitos entre os Estados oprimidos da Líbia e Síria. Países governados por partidos burgueses que caíram em desgraça para o imperialismo e agora tiveram de enfrentar e enfrentam militarmente os “contras” (CNT, ELS, etc.) armados pela CIA e OTAN.

Acreditamos também que os camaradas da TPR ainda não encontraram o caminho correto de construção organizativa, alimentando falsas expectativas na reforma e regeneração do PO, da FIT e da CRCI que, definitivamente, não são instrumentos de combate a Frente Popular e a política de colaboração de classes, como vimos no apoio do CRCI ao MAS e a Evo Morales (2005), ou ao Syriza (2012), para não falar que, já na legalização do Partido Obrero em 1983, Altamira justifica o chamado a uma frente popular eleitoral com o peronismo burguês em nome da FUA (do livro raro: “Que es el Partido Obrero”). Tudo isto já expomos para os camaradas em nossa carta a TPR de agosto de 2012 e aguardamos que reflitam. http://lcligacomunista.blogspot.com.br/2012/08/revisando-o-revisionismo-ii.html

Por fim, esperamos sobretudo que vosso Congresso avance sua construção partidária no espírito da evolução que alcançou a Oposição de Esquerda em 1933, quando superou a política de regenerar os aparatos burocráticos dos PCs, mas já apontando em direção a construção de uma nova internacional marxista e revolucionária, a IV Internacional, a qual desejamos reconstruir, superadas estas diferenças, unindo forças com a TPR.

Saudações trotskistas,
Humberto Rodrigues,
Liga Comunista – Brasil
Leon Carlos
Tendencia Militante Bolchevique - Argentina
Gerry Downing
Socialist Fight – Grã Bretanha
 Comitê de Ligação pela IV Internacional