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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

FOLHA DO TRABALHADOR #2

O segundo boletim de agitação operária da LC é dedicado às greves de correios e bancários

Greve vitoriosa começa com organização de base radicalizada para derrotar as manobras da burocracia sindical testa-de-ferro de Dilma e dos banqueiros!

Companheiro Bancário,

A greve mal começou e já vimos as mesmas manobras de sempre por parte da burocracia sindical da Contraf/CUT para que a nossa luta não faça nem cósegas nos banqueiros e no governo Dilma em meio a uma nova crise econômica que enriquecerá mais ainda o capital finananceiro às custas de nós, trabalhadores. A começar pelo estabelecimento de um índice miserável de 12,8% de reposição de um ou dois pontos acima da inflação oficial, super-maquiada pelo governo. Essa gente que anda se passando por nossos representantes tem como função principal a de blindar nossos inimigos e sabotar nossa organização de luta.



Os sete maiores bancos do país lucraram juntos 26,5 bilhões de reais no primeiro semestre de 2011. No entanto, até agora a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), se contentou a contrapropor 8% de reajuste salarial.

A burocracia cooptada por gordas verbas do capital financeiro, do aparato sindical e estatal, dos fundos de pensão e do conjunto das instituições do regime capitalista é a responsável imediata por nossas derrotas todos os anos.

E é por isto que da década de 1980 para cá os lucros dos banqueiros se multiplicaram e as agências e os bancários foram enxugados. Havia uma agência para cada 7.432 habitantes. Hoje, há uma para cada 9.615 habitantes. No ano passado já existiam 151 milhões de contas bancárias, para apenas 605 mil bancários. Cada bancário é responsávelpor aproximadamente 250 mil contas.

A causa principal do imenso assédio moral, da tensão e da superexploração que sofrem os bancários reside na perversa redução a quase metade de nossa categoria. Há 20 anos, éramos 826.244 bancários. Hoje somos 486.196 trabalhadores diretos dos bancos (605.580 no total, contabilizando os terceirizados das agências). Por tudo isto e sabendo que todas as greves começam fortes e são levadas ao esgotamento pela intransigência dos patrões (vejamos só o que o governo Dilma vem fazendo contra os trabalhadores dos Correios) e a sabotagem dos burocratas sindicais, é preciso radicalizar nos piquetes desde o príncipio da greve com um programa claro de luta:

Trabalha em banco, bancário é! Efetivação imediata e incondicional de todos os terceirizados!

Pelo fim de todos os correspondentes bancários e incorporação de seus funcionários aos bancos;

Não à “Mesa Única” da Fenaban, onde a patroa dos bancários da CEF e do BB se esconde por trás dos banqueiros;

Não às assembléias por banco. Por assembléias unificadas do primeiro ao último minuto de greve!

Não à lei da mordaça nas assembléias e ao pacto inter-burocrático onde só CUT, CTB, Intersindical, Conlutas tem acesso ao microfone. Que todo grevista tenha direito a voz nas assembléias!

Não ao comando burocrático e pré-fabricado! Eleição do comando com mandatos revogáveis nas próprias assembléias da greve! Não à greve de pijama e a terceirização dos piquetes!

Que os grevistas combativos da CEF e BB façam piquetes  também nos privados para liberar os bancários destas instituições onde a perseguição política é maior. Por piquetes-arrastões e passeatas unificadas com as outras categorias em greve como os correios que lutam contra o mesmo patrão que os grevistas da CEF e BB, o governo Dilma!

Universalização dos serviços bancários sem cobrança de tarifas; Crédito negativo para os camponeses, trabalhadores e pequenos comerciantes;

Estatização do Sistema Financeiro sem indenização e com plena estabilidade no emprego para os bancários. Pela fusão de todos os bancos privados em um Banco Único Estatal, sob controle dos bancários e da população trabalhadora!
Passeata unificada de bancários e trabalhadores da ECT em greve
pelo centro de Porto Alegre no dia 27/09/2011
CORREIOS
Derrotar o arrocho salarial e a privatização!


A greve nacional dos trabalhadores dos Correios continua forte contra a intransigência da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) e do governo Dilma (PT), que através de Paulo Bernardo, ministro das comunicações, anunciou que pretende cortar o ponto dos companheiros, parados desde o dia 12 de setembro e apresentou um reajuste salarial abaixo da inflação, R$ 50 de ganho real.


Apesar da política conciliatória da burocracia sindical da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) dirigida pelo PT- PC do B, 35 sindicatos que compõem a entidade estão em greve, que ganha em radicalidade dos trabalhadores, onde mais de 70 % da categoria aderiu ao movimento.

Em São Paulo, ocorreu no dia 27 de setembro uma assembléia, onde os trabalhadores, sofrendo todo tipo de sabotagem por parte dos burocratas do Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo) também dirigido pelo PC do B, decidiram por unanimidade pela continuidade da greve no Estado. Os companheiros por sua vez, fizeram uma contra-proposta à direção da ECT, onde exigem entre outras coisas, a reposição da inflação, nenhum desconto dos dias parados, piso de R$ 1.635, R$ 200 de aumento linear, além da revogação por parte de Dilma da MP 532, que institui a privatização dos Correios.

Não à Privatização! - Nunca antes na história deste país o governo mostrou tamanha intransigência, porque sabe que para impor a privatização da ECT é preciso primeiro derrotar os trabalhadores da empresa e isto nós, trabalhadores e usuários, não podemos deixar. Precisamos unificar as lutas, fazer passeatas e assembléias unificadas contra o mesmo inimigo, o governo Dilma e os patrões.